terça-feira, 7 de junho de 2016

De uma das janelas avisto o mar, escuro e húmido o seu rumor de fundo presente no frio dos vidros.

A porta hoje está mais longe, desaprendi de nadar, cresci dentro de casa, tudo lá fora me parece pequeno, como uma certeza inacabada. 

Reacendo o vento, suas feridas, estilhaços soltos de luz que a noite adormece. Sei que um dia estarás no meu peito dentro de minha casa.

Rodrigo Dias


Afundo o peito na roupa suja do dia
as mãos não voltam de onde cresceram, 
deixo cair as palavras cansadas de mim 
cansado de mim 
deixo-me cair na última gota 
o mar 
espera pelas horas que a noite adormece. 

E eu 
leio-te no livro que o tempo apagou. 

Rodrigo Dias



sábado, 28 de maio de 2016

Tenho uma rosa cravada no peito seus espinhos mal me deixam respirar. Sei que seu aperto é fatal mas mais vale morrer todos os dias do que me deitar sem o teu perfume.

 Rodrigo Dias


Morrer de amor.....não é morrer é viver com ternuras espetadas no coração.




Rodrigo Dias





Pensamento:

Só o amor verdadeiro tem idade..................para crescer.

Rodrigo Dias


segunda-feira, 16 de maio de 2016

Quero na tua pele vestir-te de nudez.

 Rodrigo Dias




No meu peito...o jardim e a árvore da noite..... no meu peito o coração e as estrelas ... brilham de amor.

Rodrigo Dias

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Para lá da orla da multidão caminhamos sós.
O homem completo guarda as canetas vazias. Como se os livros nascessem de dentro delas. No lugar que outrora era tinta existe um outro mundo. Que não se pode ouvir. Um lugar por descobrir. Só o coração sabe. O homem completo sabe que nada é vazio.
Na floresta negra as árvores que morrem são as que ficam nas orlas. A floresta nunca envelhece. Nem fica mais pequena, apenas cresce para dentro.



Rodrigo Dias

domingo, 24 de abril de 2016



Vem bater à minha porta uma chuva miudinha.
Hoje tenho comigo várias noites.
A tua é aquela que se apaga.

Do outro lado,
onde o pensamento constrói a vida que me falta, posso apenas sentir.
E é ai que também eu me apago.


Rodrigo Dias


terça-feira, 19 de abril de 2016

Cresce uma onda de dentro do peito....pensamento/barco leva-me de volta onde o mar se afunda todo.

segunda-feira, 18 de abril de 2016



Deve-se sempre contar com essa possibilidade de haver uma impossibilidade. A realidade deveria funcionar ininterruptamente, apenas interrompida pela noite e seu metabolismo do sonho.
A espera não é sinônimo de paragem do tempo.
Basta mudarmos de lugar para avançar ou recuar no tempo, quanto mais depressa mais o tempo é alterável. Podemos avançar nele ou recuar, basta escolhermos a direcçã o adequada.
Se quisermos podemos misturar 2 tempos diferenciados, basta para isso falar do passado no tempo presente.


- Ontem estive a escrever o que escrevi agora.

Rodrigo Dias




Sou como o mar,
velho de águas sempre renovadas.

Rodrigo Dias




O homem chega mesmo à beira do abismo e diz:
-Que entre o mar e o céu o infinito se desvaneça.

Nessa noite José adormeceu tranquilo no profundo dos lençóis.
No quarto ao lado Maria traz no ventre o anjo que se revela no infinito horizonte.


Rodrigo Dias

sexta-feira, 15 de abril de 2016

A Arte atinge a plenitude quando se torna colectiva




A Arte atinge a plenitude quando se torna colectiva.
Ver o nosso trabalho crescer nos olhos do espectador é o seu objetivo primeiro, mas partilhar essa mesma arte com o olhar de outro artista é uma felicidade imensa, obrigado Gerd Jörgens.

Rodrigo Dias



quarta-feira, 6 de abril de 2016

"Poemas e Uma Guitarra"

Reportagem da TV Amadora sobre o evento "Poemas e Uma Guitarra", que ocorreu na Galeria Artur Bual, no dia 21 de Março, com as participações de Luísa Amaro, Vítor de Sousa e Rodrigo Dias. Foi como um rio que corre profundo e tranquilo...

quarta-feira, 30 de março de 2016



Que poema pode saber do nosso amor
só a criança sabe da palavra necessária, quando diz o primeiro som....
é a felicidade que sai do coração puro.....inalcansável.

Rodrigo Dias

domingo, 20 de março de 2016

Quem sou eu?



Na ilha do conhecimento existem os homens, em volta o mar desconhecido.

A linha do horizonte é nomeada pelos habitantes como o "Nada".

Todos são iguais, todos têm pensamentos côncavos. Os seus deuses vivem no meio das suas gentes, o Sol, a Lua, as Estrelas, a Terra-firme e idolatram-nos, pois que os podem ver e sentir.

As escolas não têm portas nem janelas, nem alunos nem professores. A felicidade é completa, apenas manchada por vezes nas noites mais escuras envenenada por pensamentos desconhecidos acompanhados de febres altas. Nunca ninguém trabalhou o pensamento, nunca ninguém passou além do pensamento.

Além do "Nada".


Rodrigo Dias

O caminho